Ensaios sobre cognição, cultura e educação
Sinopse
Compreender o sistema pedagógico de criação de valores do educador japonês requer revisitar os fundamentos antropológicos da educação, a universalidade dos aparatos biológicos, no que diz respeito à vida humana, que chamamos de processo de hominização, e à diversidade das sociedades humanas com relação às linguagens, aos hábitos, aos costumes, às maneiras de pensar, de sentir e de se comportar, de se apresentar ao mundo, as formas de conhecer, em síntese, os processos de humanização. Recupero, então, uma discussão de fundo para os educadores, o fato de que o processo de humanização é configurado pela cultura, pela forma com que aprendemos a mobilizar as capacidades latentes humanas, resultante da hominização, de tal sorte que aprendemos, cada um de nós, a ser um “humano genérico” com feições culturais particulares. Consequentemente, sendo tão plásticas as expressões particulares das capacidades latentes e universais nos humanos, uma pergunta se faz pertinente aos educadores: como formar seres humanos que afrontem os sistemas sociais perversos que persistem no século XXI, que aprofundam desigualdades sociais, provocam desequilíbrios econômicos e ambientais, esgotamento dos recursos naturais, colocando em risco a sobrevivência da espécie no planeta? As respostas a essa questão implicam em uma revolução cognitiva, que provavelmente não resultará do processo evolutivo biológico, uma vez que em termos biológicos essas mudanças se contam em milhares de anos. Mas porque acumulamos saberes científicos e humanísticos para conceber o conhecimento na dialogia natureza/cultura, sob cuja perspectiva se pode quebrar a lógica que nos aprisiona a sistemas que já provaram ser ineficazes na criação de valores humanos para a convivência no planeta.

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