Entre sobrados e mucambos: escravidão e resistência negra no Recife oitocentista (1830-1850)
Palavras-chave:
Escravidão – Recife (PE) – Séc. XIX, História social – Recife (PE) – Séc. XIX, Negros – Recife (PE) – História – Séc. XIX, Recife (PE) – História – Séc. XIX, Brasil – HistoriografiaSinopse
A obra é o fruto de uma longa conversa com centenas de “almas mortas” do Recife oitocentista, em uma tentativa de reconstituir seus mundos – embora o autor saiba que essa reconstrução sempre se faz de maneira “problemática e incompleta”. O que o leitor encontra aqui, portanto, é uma história social da escravidão, ou uma história dos vencidos. Em outras palavras, o autor busca no livro fazer uma “história vista de baixo”, uma história preocupada com os sujeitos, principalmente com os protagonistas anônimos – aqueles cuja história geralmente só vem à tona de forma fragmentada pela pena dos escrivães de polícia. Ou, ainda, como também no caso dos escravizados, os principais sujeitos da história aqui contada, pelas notícias de um jornal, quando eles fugiam do domínio senhorial. O cotidiano é aqui compreendido como um campo de luta, trazendo à tona um escravizado talvez mais próximo do real, mais humano: nem coisificado, nem heroicizado. Dessa forma, a liberdade é percebida como um processo de conquista gradual – sendo interpretada sem perder de vista a sua historicidade, e não como um conceito metafísico (desligada da experiência histórica dos escravizados), perspectiva através da qual o autor põe em evidência, por exemplo, a rede de indisciplina que foi criada pelos escravizados do Recife oitocentista em suas lutas pela liberdade – apesar da existência de uma extensa teia de vigilância e controle, criada e mantida pela sociedade escravista.
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