Cajá está sendo torturado e você vai à aula?

Nos anos setenta, o professor de literatura da Universidade de
Lyon, Robert Faurisson (1929-2018), escreveu um artigo contestando
a possibilidade de existência das câmaras de gás nazistas e alegando a
indecência de que os judeus teriam morrido de tifo! Através da Lei
Gayssot (1990), que condena qualquer tentativa de contestação de crimes
contra a Humanidade, Faurisson foi multado e expulso dos quadros da
Universidade. A tese chamada de “Negacionista”, no entanto, prosperou,
especialmente depois do caloroso debate que se abriu na historiografia
após a publicação do livro “Meta-história”, de Hayden White, em que o
estatuto da “verdade” histórica ficou em suspenso e a própria linguagem
da história perdeu seu viés e objetivo cientificistas para se assemelhar à
ficção e à narrativa literária: uma questão de linguagem.