Cartografia das artes plásticas no Recife dos anos 1980: deslocamentos poéticos e experimentais

Com base numa extensa pesquisa documental e em 44 entrevistas realizadas com artistas do período, a historiadora Joana D’Arc de Sousa Lima, em escrita fluente, reconstitui a multifacetada cena artística que teve lugar no Recife durante a década de 1980, trazendo à luz uma produção que terá ido muito além da simples “revitalização da pintura” a que é geralmente associada. Na abordagem detalhada que a autora dedica ao contexto recifense, três grupos recebem atenção especial: Carasparanambuco, Formiga Sabe que Roça Come e Quarta Zona de Arte, mas as leituras que a crítica de então fazia do momento, tanto no Recife quanto em São Paulo e no Rio de Janeiro, e a relação de todo esse complexo com demais aspectos históricos, culturais e políticos dos anos em que o país se redemocratizava estão igualmente presentes, não se perdendo de vista a dinâmica entre o local e o nacional, e as conexões entre a arte e a sociedade.